Blogger Template by Blogcrowds

Zé Limeira galopando - Cordel




Zé Limeira galopando


Atravessei os sertões
Em pêlo no meu tordilho
Não comi churros nem milho
Tampouco comi feijões
Dados pelos aldeões
Subi numa laranjeira
De repente deu canseira
Me deixando num bagaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.

Domfiuza Gran poeta
Nadou lá do Ceará
Com a baleia gagá
Vei’ tocando clarineta
Nas costas de um cometa
Com rimas na algibeira
Pra uma mulher rendeira
Que apareceu no pedaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira

Pobre mulher sem agulhas
Não vai conseguir bordar
Sem sapatos para andar
Tem que contar as estrelas
Para esquecer as favelas
Do burro sem barrigueira
Correndo pela clareira
Com grande estardalhaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira

Corre o galo atrás do bode
No meio da multidão
Vem chegando um caminhão
Pra mode dançar pagode
Vejam como se sacode
Se quiserem a capoeira
Mas não percam a estribeira
Se o Brasil faz um golaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.

Há uma festa no saguão
Com churrasco de cabrito
Quem quiser um pirulito
Vai sacar do cinturão
Pra poder matar dragão
Precisando de enfermeira
Pra cuidar duma frieira
Mandando tudo pro espaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira.

Já andei pelos sertões
Querendo achar uma prenda
Toda vestida de renda
Procurando os aviões
Pescar peixes sem arpões
Em cima duma mangueira
Para espiar a roceira
Se cair será um fracasso
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira



By Lully


Observação: Zé Limeira foi considerado o
Poeta do absurdo.

0 comentários:

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial