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Cordel quixotesco



Cordel quixotesco


Imaginei de repente
Poder fazer um cordel
É coisa de gente grande
Para mestre e bacharel
Ou quem domina o verso,
Mas isso já vem de berço
Pra quem já é menestrel.

De pensar morreu um burro
Pode até ter sido dois
Preciso ser bem mais rápida
Senão fico pra depois
Não tem muié cordelista
Quando aparece é artista
Por isso eu digo, pois, pois.

A jornada é bem difícil
Pensei entrar pro cangaço
Encontrar cabra da peste
Que me acompanhe no laço
E me ensine o tal cordel
Pois sou cobra cascavel
Cuspindo fogo e aço.

De repente apareceu
Um cangaceiro gentil,
Que veio não sei de onde
E ofereceu seu cantil
Um bonito cabra macho
Quase que eu me esborracho
Quando eu vi seu fuzil.

Não tinha só essa arma
E eu fiquei bem curiosa,
Pois nas costas aparecia
Uma asa tão formosa
A prece foi bem ouvida
Me senti agradecida
Por ser tão habilidosa.

Fui escrever no papel
As dicas que ele me disse
Padim Ciço abençoou
Essa minha maluquice
Paulista que faz poema
No cordel quer outro tema
Mesmo que na quixotice.


By Lully


4 comentários:

Bravo! Os cordelistas de plantão que se cuidem.rs.rs... O seu cordel é belíssimo e genial! Sem palavras!
Beijocas!Tenha um bom final de semana

18 de novembro de 2011 às 20:37  

rsrsr obrigada Lili, adorei a sua visita! Beijo

18 de novembro de 2011 às 20:45  

Oi Lully!
Passei para deixar um beijinho e dizer que gostei muito deste seu Cordel e da satira inspiradora de D. Quixote neste 'Cordel Quixotesco'.

Também adoro brincar com as palavras e me associar à imagem e imaginação de Quixote de La Mancha...
Tal como um Dom Quixote de Saias...

Apareça no "FLORES SELVAGENS" e no "CHARNECA DAS FLORES", tem coisas novas. Beijinhos.

Anna

30 de novembro de 2011 às 01:43  

Obrigada Anna pelo seu carinho! Beijos

4 de dezembro de 2011 às 22:25  

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