Ainda guardo em minhas pálpebras a movimentação da tua imagem, que de um lado para outro, como uma odalisca, toma meus pensamentos e, como um filme de cinema mudo, calo-me a te admirar. Sinto ainda em minha boca o gosto do teu ser, mesmo que ser ainda não nos é uma condição, apenas um querer. Guardo também em minha retina o teu sorriso despretensioso e matreiro que me leva do caos ao travesseiro. Na olfativa o teu cheiro de mulher que mata o poeta e dá via ao homem de carne, osso e sangue, quente de desejo. No dilatamento de minhas pupilas o teu vulto que assombra o meu mais aterrorizante fantasma e me traz, enfim...a paz! Em cada impulso dos meus neurônios tua lembrança. A cada batida do meu coração a esperança. Em cada poro de minha pele a segurança arrepiada da simples presença, do sorriso, do olhar, do olá, do toque que ao acordar desse sonho desejo ser a única verdade de minha até então cega, inodora, sisuda, insípida, vida.
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